quarta-feira, 26 de maio de 2010

Porque não apareceste?

Foi essa a pergunta que eu lhe fiz mais uma vez, por mais uma ocasião. "Lá está o senhor padre a controlar a cena!", disse em jeito de reparo para que eu notasse que não gosta de ser controlado. "Aquilo era uma grande seca e o pessoal não aparece. Assim não tem piada; não mexe connosco; não adianta nada."

Todos os critérios que eu não gosto de ouvir. Apetece-me berrar... Seria uma gritaria inútil mais uma vez.

Tento outra abordagem: "Sabes qual é a nossa diferença? - disse eu calmamente puxando de um cigarro.

Tu só pensas nos que não estão cá. Eu só penso nos que cá estão, nos que participam. E mesmo que fossem só duas pessoas, serão essas que um dia hão-de ser exemplos para os outros, hão-de mexer com os outros, hão-de cativar os outros, hão-de criar um brilho nos olhos dos outros.

Tu achas que deixas alguém com um brilho nos olhos? Quando os teus olhos forem capazes de perceber se aquilo que tu és, fazes e dizes gera ou não um brilho nos olhos dos outros, então pensa assim: "Se tem brilho, bendito seja Deus, estou a ajudar alguém a ser feliz".

Se não tiver o brilho nos olhos pensa antes: "O que estou a fazer ou a não fazer para que não haja brilho naqueles olhos?" E, talvez assim, vejas como é importante fazeres brilhar os olhos das pessoas que te amam.

Enquanto os teus olhos não distinguirem o brilho ou a falta dele nos olhos dos outros não sabes distinguir o que é uma vida correcta ou uma vida irresponsável, uma vida com amor ou de futilidades, uma vida com Deus ou sem Ele, uma vida séria e verdadeira ou uma ilusão que tu próprio constróis, uma vida com sentido ou uma vida de mer***...

E afastei-me.

Não sei se mais revoltado e triste com a minha incapacidade de lhe fazer brilhar os olhos ou se com a sua falta de vontade em olhar a vida com esse brilho feliz...

Meu Deus, concede aos jovens o dom da perseverança. E a mim também...

terça-feira, 25 de maio de 2010

A amendoeira reabre-se


Conhecem aquela sensação de passar quase um mês inteiro a correr e depois chegar ao fim e pensar: valeu a pena? Fiz alguma coisa de jeito? Deixo o julgamento à misericórdia de Deus, pois Ele bem sabe quais as minhas obras que foram verdadeiras, ou seja, que foram d'Ele e para Ele, e aquelas que foram manifestação do meu egoísmo e da minha falta de vontade de O servir.

Deixo também à vossa misericórdia e à vossa oração essas minhas falhas.

A Marioneta bem me avisou de que isto não ia ser fácil.

Mas tenho de retomar o caminho. É o próprio Papa Bento XVI que o manda na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que podem ver aqui. Ele quer os padres a evangelizar no mundo digital. E eu vou ser obediente!

E, depois da grande graça que foi a sua visita ao nosso país, creio que reabrir a amendoeira é uma forma de lhe ser fiel e aos desafios que nos deixou.

Valerá também a pena fazermos algum eco da visita papal cá nos nossos blogs. O que mais chamou a atenção? Quais os desafios mais urgentes a pôr em prática? Digo urgentes porque importantes são todos eles. Por onde começar? Os textos estão à disposição.

Vamos reflectir como pôr esta barca da Igreja a navegar no mar alto sem medo das ondas. O Espírito Santo, que celebrámos agora no Pentecostes, impele-nos e inspira-nos se lhe abrirmos o coração. Vamos pensar a Igreja! Vamos pensar a nossa vida cristã!

Com a ajuda do Espírito e a confiança em Cristo, com o testemunho do Santo Padre e com a força da nossa amizade vamos pôr mãos à obra.