sexta-feira, 25 de junho de 2010

Se quiseres podes curar-me...



Como muitos uso o Evangelho quotidiano. Ligo o computador, vejo o mail, leio a passagem biblica do dia e o comentário. Deixo aqui o comentário de hoje porque me ajudou, de forma especial, na minha oração.

A humildade daquele "se quiseres podes curar-me". O amor pronto da resposta "quero, fica curado". O espantoso amor de Jesus (porque me deixa espantado, admirado) diante da podridão do meu pecado que me afasta e isola. Mas o amor cura, purifica, liberta e integra. Por isso apresento a minha oferta pela minha cura. A oferta é testemunho da cura. 

Hoje ofereço a minha vida para que sirva de testemunho de que o Senhor me curou pelo toque do seu amor.

Comentário ao Evangelho de S. Mateus 8,1-4 de São Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego: Hino 30 (a partir da trad. de SC 174, p. 357) 

«Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica purificado!»»

Antes que brilhasse a luz divina,
Não me conhecia a mim mesmo.
Vendo-me então nas trevas e na prisão,
Preso num lamaçal,
Coberto de sujidade, ferido, com a minha carne inchada [...],
Caí aos pés d'Aquele que me iluminara.

E Aquele que me iluminara tocou com as Suas mãos
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas;
Do sítio onde a sua mão tocou e aonde o Seu dedo se chegou,
No mesmo momento me caíram as cadeias,
Desapareceram as feridas e toda a sujidade.
A mácula da minha carne desapareceu [...]
E Ele tornou-a semelhante à Sua mão divina.
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo
Participam da glória divina.

Assim que fui purificado e desembaraçado das minhas cadeias,
Ei-Lo que me estende uma mão divina,
Retira-me completamente do lamaçal,
Abraça-me, lança-se-me ao pescoço,
Cobre-me de beijos (Lc 15, 20).
E a mim, que estava completamente exausto,
E tinha perdido as forças,
Pôs-me aos ombros (Lc 15, 5),
E levou-me para fora do meu inferno. [...]
É a luz que me leva e me sustenta;
Conduz-me para uma grande luz. [...]
Permite-me contemplar através de que estranha renovação
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2, 7) e me arrancou à corrupção.
Concedeu-me o dom da vida imortal
E revestiu-me com uma túnica imaterial e luminosa
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa
Incorruptíveis e eternos (Lc 15, 22).

1 comentário:

  1. Confesso que já tinha lido este post, mas não com olhos de ver, com olhos de rezar...
    Este Hino é realmente muito, muito bonito... Mais uma ajuda na minha oração. Leio e releio e mais me apercebo das diferenças que há na minha vida quando me afasto de Deus... E de que Ele me chama à atenção sempre da maneira que menos espero...

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