quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vale a pena pensar nisto...


«O problema dos nossos jovens, hoje - quase sempre definidos como apáticos e tão precipitadamente marcados como vocacionalmente não disponíveis -, frequentemente, é o facto de que não têm ninguém a seu lado que os saiba conduzir nesta viagem, persistentemente e sempre em frente, até à origem de todo o desejo; numa viagem que não é apenas uma descida aos infernos, mas também uma ascensão às fontes do seu ser e do seu desejar, quase como que um avançar contra a corrente, até à nascente, ao arché e, portanto, até à destinação final.»


(...)


«Se os nossos jovens têm a sorte de ter perto deles alguns mestres de vida espiritual, irmãos ou irmãs mais velhos, é surpreendente ver como se arriscam a ler a sua própria «profundidade» e a sua «altura» à luz de Deus. Então, dão-se conta de que o seu passado não é só um dado que têm de suportar, ou do qual têm de se desprender, mas um dom do Deus criador, porque como Deus está por trás e acima de qualquer desejo, o desejo dele penetra todo o seu passado e o seu ser amante está presente em todo o acontecimento, a partir daquele que constitui a sua origem.»


Amedeo Cencini, In A história pessoal, morada do mistério, Paulinas 2009, pp. 51-53.


Vale a pena pensar muito a sério nisto...
Uma missão necessária, um caminho a fazer.

7 comentários:

  1. Então, obrigado por estar no meu caminho e por não deixar que se corrompa a vontade de ser instrumento do Amor de Deus*

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  2. Até quando as mãos terão o sabor das urzes e os pés desconhecerão o Caminho
    que passo a passo
    se descobre
    e nos renova
    Até quando
    as mãos se trancarão
    e os lábios
    não terão mais do que palavras
    Até quando
    a carne se alimentará de couraças
    e os dedos serão espinhos
    nas esquinas das ruas
    e nas costas dos vizinhos
    Até quando
    os braços amarão o abismo
    e o sangue se colará
    ao chão
    Até quando
    se rejeitará
    a Pomba ancorada
    acima da tempestade

    SamuelPinheiro
    (Portugal 1956 - )

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  3. Chamo-te porque tudo está ainda no princípio

    Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio E suportar é o tempo mais comprido.

    Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
    Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.

    Há muitas coisas que eu quero ver.

    Peço-Te que sejas o presente.
    Peço-Te que inundes tudo.
    E que o teu reino antes do tempo venha.
    E se derrame sobre a Terra
    Em primavera feroz precipitado.


    Sophia de Mello Breyner Andresen

    (Portugal 1919-2004)

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  4. É realmente bom ser jovem...
    e saber que temos sempre alguém com quem contar quando passamos por tempos mais difíceis, alguém que nos acompanha na nossa caminhada de jovens cristãos no meio do mundo, alquém que reza por nós e se preocupa connosco. Alguém a quem contamos o que dói cá dentro e as alegrias que nos invadem... Alguém que escuta e, mesmo que não tenha a "receita" para a situação em que nos encontramos, nos transmite, por um lado, a tranquilidade e, por outro, a inquietação que nos impele a viver a vida a sério e a rezá-la...
    obrigada por viver a sua jovem missão connosco

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  5. Se os nossos jovens têm a sorte de ter perto deles alguns mestres de vida espiritual, irmãos ou irmãs mais velhos, é surpreendente ver como se arriscam a ler a sua própria «profundidade» e a sua «altura» à luz de Deus....

    MAS...

    Se os nossos jovens NÃO têm essa sorte... Pe.Ricardo, tem de existir uma solução!!!!!
    Muitos jovens sofrem por essa ausência... Muitos jovens gostariam de conhecer mais, melhor mas...estão sozinhos...isso é realmente, para mim, triste!
    Bem sei que "jovem evangeliza jovem" mas... quando passa a simples evangelização tem de existir um adulto, um experiente...

    Como ajudar estes jovens?!

    Beijinho
    Filipa Torres

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  6. Esses "irmãos mais velhos" não são apenas padres. Esses "irmãos mais velhos" podem e devem ser os pais, os avós, os catequistas, os animadores de grupos de jovens, algum amigo que nos desafie, motive e ensine a ler a vida com os olhos de Deus. É uma questão de testemunho... É sempre a questão do testemunho da fé. Até entre os jovens, de facto, sem vergonha por ser cristão.
    Soluções prontas não tenho. Não sei se há soluções infalíveis. Mas há caminhos. Ir ao encontro desses jovens, fazer-lhes a proposta duma vida com Cristo e com outros. Descobrir a comunidade cristã do grupo, do movimento, da paróquia, etc... Aprender a orientar a vida pelos valores do Evangelho.
    E sim, de facto, temos de chegar à consciência de que "jovem evangeliza jovem" em todos os ambientes e circunstâncias onde o jovem está presente pela partilha da fé vivida com ardor e ousadia.

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  7. É mesmo bom o facto de a mesma coisa lida em diferentes alturas nos poder levar a reviver tantos momentos...
    na minha viagem de hoje pelos blogues, cheguei aqui a este post e relembrei as suas palavras e o video das JMJ passado na Igreja de S. Nicolau há uma semana atrás... Iam ao encontro destas palavras:
    "Se os nossos jovens têm a sorte de ter perto deles alguns mestres de vida espiritual, irmãos ou irmãs mais velhos, é surpreendente ver como se arriscam a ler a sua própria «profundidade» e a sua «altura» à luz de Deus".
    E eu tenho irmãos destes tão bons na família conviva (e não só...). Obrigada por ser padre mas tb ser irmão ;-)

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