quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Abandono e confiança... nas mãos de Deus.


Entreguemo-nos nas mãos de Deus e deixemos nelas todo o medo.

Coloquemo-nos entre as Suas mãos e dexemos nelas todo o medo, mesmo se Ele nos conduz por um caminho estranho. Estamos confiantes que nos conduzirá por um caminho justo, que não nos conduzirá necessariamente ao lugar que preferimos, ou ao lugar que é melhor para outro, mas sim ao lugar que é melhor para nós.

Fomos criados para Sua glória, fomos criados para realizar a Sua vontade. Fui criado para realizar alguma missão, para ser algo: nenhum outro foi criado para esta mesma tarefa. Situo-me nos pensamentos de Deus, no mundo de Deus; nenhum outro tem esse mesmo lugar...

Quer seja rico ou pobre, apreciado ou desprezado pelos homens, Deus conhece-me e chama-me pelo meu nome. Deus criou-me para que leve a cabo algum serviço determinado. Confiou-me um trabalho que não deu a nenhum outro. Tenho a minha própria missão. Talvez a conheça durante a minha vida, mas com certeza a descobrirei na vida futura.

De certa forma, sou necessário para as Suas intenções. Tenho uma parte importante na Sua obra: sou um elo da Sua corrente, um laço entre as pessoas. Criou-me para algo.

Farei bem, farei bem a Sua obra. Serei um anjo da paz, um pregador da verdade, no meu lugar, mesmo que não o queira fazer, na condição de observar os seus mandamentos e servir-lhe na minha vocação.

Portanto, terei confiança n'Ele, esteja onde estiver. Não posso opor-me. Se estou doente, a minha doença pode servir-Lhe; se estou triste, a minha tristeza pode servir-Lhe. A minha enfermidade, a minha perplexidade, a minha dor podem ser necessárias para algum fim importante, que não possa eventualmente compreender.

Nada acontece em vão. Pode prolongar a minha vida, pode encurtá-la. Sabe o que faz.

Ó Senhor, confio-me totalmente a Ti. O Teu juízo é mais acertado que o meu. Amas-me mais que eu a mim mesmo. Cumpre a Tua vontade para comigo, seja qual for: trabalha em mim e através de mim.

Nasci para servir-Te, para estar contigo, para ser Teu instrumento. Que seja o Teu cego instrumento.
Não peço ver... Não peço saber... Somente peço ser utilizado.


Oração de abandono do cardeal John Henry Newman

(beatificado por Bento XVI na sua viagem a Inglaterra no ano passado)

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